
Xico Barreto
Xico Barreto está na galeria dos retratos vivos do nordestino rural que, mesmo tendo vivido já por muito tempo nas grandes cidades, manteve íntegra a sua nordestinidade, não se deixando ser chupado por modismos hoje tão sedutores à maioria de nossa gente brasileira e tão severos destruidores de nossas tradições e valores sócio-culturais.
Conhecendo Xico Barreto há cerca de 15 anos, posso dele falar sem medo de errar ou exagerar. O Xico sentimental por excelência que conhece a fundo o cancioneiro nacional e o desfolhou por muito tempo nas rodas boêmias de Fortaleza, especialmente no "Cais Bar" reduto cultural-boêmio máxime concepção e pertence ao irmão, o compositor Joaquim Ernesto, isto antes de voltar para a sua Pedra Branca natal, onde é médico, onde solta mais o seu aboiador de humanas ovelhas.
Xico Barreto é um bem-humorado e irônico mestre do repente e do contar histórias, duas qualidades inatas, coisa que não se adquire, mas que está desde o berço em boa parte dos cearenses.
É o amigo e o cantor essencial, aquele que arrasta a sua expressividade musical do fundo do coração, o músico que não busca o virtuosismo, mas já achou o universal onde só se pode achá-lo dentro de si e no profundo conhecimento da alma de seu povo.
Por tudo isto é que podemos nos reencontrar, ao nos identificarmos com a brejeirice na expressão do amor lírico da bela "Brejeira" e com a expressão agridoce do viril amor erótico no tango "O cálice do teu sapato".
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Todas as músicas são de composição de Joaquim Ernesto