Nasceu Pedro Pereira da Silva Guimarães na cidade de Aracati no dia 29 de junho de 1814, e faleceu em Fortaleza no dia 13 de abril de 1876. Formou-se em 21 de Novembro de 1837 em Direito pela Academia de Olinda, na qual se matriculou em 1833. Retornando a Fortaleza, fundou "O Popular" e de 1841 a 1855 escreveu no "Pedro II", notando-se entre as muitas publicações suas a série das engraçadas "Cartas de Braz Pitorra á sua sobrinha Ignez Sensata", sendo que ainda redigia o periódico "U Periquito" em 1846, que tanto combateu e ridicularizou a administração Vasconcellos. Publicou no "O Commercial" em 1855 os "Alforges", folhetins muito jocosos. Mas incontestavelmente foi "O Sol" em 1856 a mais exhuberante manifestação de seu gênio de critico e polemista.

Além dos trabalhos da imprensa, publicou o Vademeco dos Poetas ou collecção de sonetos jocosos, exquisitos, curiosos e burlescos, extraidos de vários autores em 1835, o Sortilégio Pueril, a Cartilha de Meus Filhos, o Passa Tempo divertido e O Nome Pedro, obra em 2 volumes, dedicada ao Imperador e de que se ocupou Antonio Feliciano de Castilho no seu Almanak Geral.

Foi promotor público de Fortaleza, Juiz Municipal e de Orfãos de Fortaleza e dos termos de Vigia e Cintra na província do Pará, e professor de geometria no Liceu do Ceará, em cujo salão nobre está o seu retrato juntamente com os dos seus colegas de magistério.

Representante de sua terra como Deputado, nesta última como substituto de Francisco Domingues da Silva, prestou ao pais relevantes serviços sobretudo com os seus projetos de 1850 a 1852 estituindo no Brasil a liberdade do ventre e a emancipação progressiva dos escravos, projetos que imortalisam sua memoria.

Deixou vários inéditos, que se perderam por incúria de pessoas da familia. Porém, sobre Pedro Pereira há um estudo biografico pelo Dr. Alvaro de Alencar. A Revista do Instituto do Ceará de 1906, tráz a série dos seus discursos no Parlamento sobre a liberdade dos escravos, com uma introdução pelo Barão de Vasconcellos. A propósito da publicação feita pela Revista tem um belo artigo do Dr. Vieira Fazenda estampado em "A Noticia", no Rio de Janeiro em Outubro de 1906.

Pedro Pereira era irmão do Padre Vicente Pereira da Silva Guimarães, mestre de ceremonias do Sólio Episcopal no tempo do bispo de Pernambuco D. João da Purificação Marques Perdigão.