Moreira Campos

Moreira Campos

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José Maria Moreira Campos na cidade de Senador Pompeu no dia 6 de janeiro de 1914, e faleceu em Fortaleza 6 de maio de 1994. Era um contista considerado um dos mais importantes do gênero no país, com obras traduzidas para o alemão, francês, hebraico, italiano e inglês.

Mudando-se para Lavras da Mangabeira aos dez anos. Em 1930, a família se muda para a capital, Fortaleza, por conta de dificuldades financeiras.

Ingressou no Liceu do Ceará em 1930, terminando seus estudo secundários após seis anos. Em 1946, entrou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC) e licenciou-se em Letras Neolatinas em 1967. Entre 1970 e 1971, foi Decano do Centro de Humanidades da UFC e, durante este período, implantou e coordenou o Primeiro Ciclo Universitário. Três anos depois, entre 1974 e 1978, foi Pró-Reitor de Gradução, exercendo, eventualmente, o cargo de Reitor.

Na área do magistério iniciou-se como professor de Português, Literatura e Geografia em colégios. Exerceu o magistério na Universidade Federal do Ceará, no Curso de Letras, como titular de Literatura Portuguesa. Integrante do Grupo Clã e pertenceu à Academia Cearense de Letras.

Para o ensaísta Sânzio de Azevedo, a obra de Moreira Campos situa-se, principalmente, no campo do conto psicológico, na linhagem de Chekov e Machado de Assis, sem contudo deixar de lado o conto regionalista. Para Azevedo, Moreira Campos trata, principalmente, dos dramas da alma humana e não da presença da terra (como o fazem Afonso Arinos ou Gustavo Barroso), mas há histórias, "principalmente do livro Portas Fechadas (1957), [que] se nutrem da vivência sertaneja do escritor."

Para a acadêmica Antônia Lucineide de Pessoa Albuquerque, os livros Vidas Marginais e Portas Fechadas caracterizam a 1.ª fase da produção literária do autor, trazendo contos mais descritivos e minuciosos, enquanto que a 2.º fase surge com As Vozes do Morto, que traz um conto mais sintético e moderno. Ela observa que, em seus primeiros livros, Moreira Campos narra utilizando a primeira pessoa, enquanto que em O Puxador de Terço e Os Doze Parafusos as personagens não chegam a ter nomes, visando, talvez, a universalidade. Como uma das peculiaridades dominantes de Moreira Campos, ela destaca sua maneira sutil de sugerir sentimentos como a desilusão, o amor e a crueldade em suas personagens centrais. Para ela, o contista deixa que transpareçam expressivos momentos da realidade através da descrição de sensações íntimas e de uma linguagem curta, direta, concisa e dinâmica, a qual, às vezes, é repleta de adjetivos comedidos, construções nominais e sinestesias. Por serem narrados no imperfeito, seus contos expressam uma idéia de continuidade e duratividade; eles enfocam o absurdo da vida nas injustiças sociais as quais estão sujeitas as pessoas marginalizadas.