Araripe Júnior

Araripe Júnior

Voltar

Nasceu Tristão de Alencar Araripe Júnior na cidade de Fortaleza no dia 27 de junho de 1848, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de outubro de 1911. Foi advogado, crítico literário e escritor.

Filho de uma das famílias mais importantes do Ceará no século XIX, sendo seu pai filho de Tristão Gonçalves e neto de Bárbara de Alencar, Araripe Júnior era primo legítimo de José de Alencar.

Acompanhando o pai, que assumiu uma série cargos públicos no Império, residiu por fim em Recife, onde se matriculou no Colégio Bom Conselho, dirigido pelo Dr. Barbosa Lima, e, posteriormente, na Faculdade de Direito do Recife, onde nasceu a amizade com Tobias Barreto e Guimarães Júnior, bacharelando-se em 1869.

Em 1871 assumiu uma secretaria de governo em Santa Catarina, e entre 1872 e 1875 foi juiz em Maranguape, Ceará. No mesmo Estado, foi deputado provincial em duas legislaturas. Ainda nessa época ingressou na Maçonaria por meio da loja Fraternidade Cearense.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1880 e exerceu, até 1886, a advocacia. Em 1893 foi nomeado diretor geral da Instrução Pública e, em 1903, Consultor Geral da República, cargo que exerceu até a morte, tendo proferido pareceres muito importantes.

Sua obra literária, inicialmente, era mais ligada à ficção. Porém, devido ao convívio com Rocha Lima, Capistrano de Abreu e outros críticos cearenses, passa a produzir no campo do ensaio e então tornou-se célebre. Escreveu sobre José de Alencar, Gregório de Matos, Tomás Antônio Gonzaga, Raul Pompeia, Aluísio Azevedo, e outros. Formou, com Sílvio Romero e José Veríssimo, a trindade crítica da época positivista e naturalista.

Sua obra crítica, dispersa pelos periódicos, desde os tempos do Ceará, só em parte foi publicada em livro, durante sua vida, tendo sido reunida e organizada por Afrânio Coutinho em Obra Ccrítica de Araripe Júnior, em cinco volumes, publicados entre 1958 e 1966.

Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Letras e do Instituto do Ceará, tendo sido, também, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. No último livro, Ibsen e o espírito da tragédia (1911), sem abandonar a preocupação nacionalista, alçou-se a um plano de universalidade, buscando a razão de ser da tragédia humana, através da obra dos grandes trágicos, da Grécia ao século XIX. Como crítico, era um conselheiro amável e cheio de compreensão, sobretudo pelos estreantes.