Nasceu Francisco Alves Lima na cidade de Pedro II, Estado do Piauí, no dia 2 de janeiro de 1869, e faleceu em Fortaleza no dia 24 de janeiro de 1958. Foi poeta, filósofo e jurista de real merecimento. Segundo Raimundo Girão, “como poeta, nos seus versos combateu os exageros do parnasianismo e prestou culto ao sentimento, fonte de toda a poesia”.

Filho de Francisco Alves de Morais, cearense, e de D. Raquel Cecília de Oliveira Lima, aos dez anos de idade veio para o Ceará, onde iniciou os seus estudos no Instituto de Humanidades, dirigido pelo Monsenhor Bruno Figueiredo.

Terminados os preparatórios, depois de breve passagem pelo Liceu do Ceará, seguiu para Recife, matriculando-se na Faculdade de Direito, pela qual se bacharelou em 1891.

No secular estabelecimento de instrução superior foi aluno de Tobias Barreto, Clóvis Beviláqua, Martins Júnior, Artur Orlando, Adelino Filho e Sílvio Romero, numa época de grande agitação intelectual, na qual Evolução era a palavra mágica no dizer de um escritor piauiense. De volta ao Ceará, ocupou diversos cargos de projeção, como os de promotor de justiça e juiz em comarcas do interior, professor de Direito Civil da Faculdade de Direito e Diretor da Escola Normal, demonstrando em todos eles invulgar erudição e formoso talento. Redatoriou o jornal 0 Norte.

Foi um dos fundadores da Padaria Espiritual. Na opinião valiosa de Clóvis Beviláqua, na ‘História da Faculdade de Direito de Recife’, Alves Lima é poeta e jurista filósofo de real merecimento.

Como poeta, nos seus versos combateu os exageros do parnasianismo e prestou culto ao sentimento, fonte de toda a poesia. Como jurista filósofo, é autor de um livro notável, aparecido em 1909, a ‘Psicologia do Direito’.

Em idade provecta, sabe ainda versejar como nos bons dias da mocidade e, tendo tido a grande satisfação de comparecer, no dia 15 de agosto de 1954, à sessão solene comemorativa do 60° aniversário da Academia Cearense de Letras, proferiu belo e substancioso discurso, que lhe valeu uma consagração dos presentes.

Obras principais:

Estrofes (versos);
Psicologia do Direito;
A base física do Estado;
0 Código Civil e a idéia de força do Direito;
O Direito Internacional Privado e a liberdade de consciência;
A luta pela vida na consciência (estudo sobre a capacidade jurídica no Código Civil Brasileiro);
A Psicologia, sua posição e seu método.